16/05/2025 às 13h30 - Atualizado em 16/05/2025 às 13h30

FAPDF apoia projeto que une realidade virtual e saberes indígenas em experiências imersivas

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Lab Metaverse UCB desenvolve projetos de inovação tecnológica, pedagógica e cultural

 

 

 

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(Créditos: Samuel Paz)

 

Com o fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), foi lançado nesta quinta-feira (15), na Universidade Católica de Brasília (UCB), em Taguatinga, o projeto de pesquisa “Lab Metaverse UCB: o futuro é ancestral”. A iniciativa propõe o uso de tecnologias emergentes, como realidade virtual e inteligência artificial, para valorizar e difundir os saberes ancestrais de diferentes povos indígenas do Brasil.

 

O evento reuniu lideranças indígenas, pesquisadores, autoridades, membros da comunidade acadêmica e  outros convidados. Entre os destaques da programação, a apresentação de um filme imersivo em realidade virtual 360º, realizado em parceria com as lideranças da Aldeia Mutum, do povo Yawanawá, localizada no Acre.

 

A produção audiovisual narra um mito ancestral da Floresta Amazônica, conduzindo o espectador a uma experiência sensorial e simbólica que conecta tecnologia e espiritualidade. O filme foi desenvolvido com a participação ativa da comunidade indígena, incluindo o cacique Matsini Yawanawá e o jovem cacique Rasu Yawanawá, ambos guardiões do conhecimento espiritual de seu povo.

 

Cultura, inovação e educação conectadas

 

O Lab Metaverse UCB é um laboratório dedicado ao desenvolvimento de projetos de inovação tecnológica, pedagógica e cultural. A proposta busca integrar recursos como realidade virtual, ambientes interativos no metaverso e inteligência artificial generativa à preservação da cultura e da linguagem humanas.

 

 

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(Créditos: Janayna Lira)

 

 

Um dos eixos da iniciativa é inspirado no “Manifesto do Futuro Ancestral”, da professora e pesquisadora Florence Dravet, também coordenadora do projeto, e visa criar experiências imersivas dedicadas às etnias Pataxó, Yawanawá e Tukano. O objetivo é promover uma vivência digital significativa dessas culturas, estimulando o respeito à diversidade e à memória ancestral.

 

Além do filme em 360°, o evento também apresentou a oficina “Imersão Onírica”, em que os participantes exploram as possibilidades criativas da inteligência artificial (IA) por meio de imagens geradas a partir de sonhos e relatos pessoais. As criações são expostas em uma galeria virtual no metaverso open source OnCyber, resultando em uma exposição coletiva e sensorial.

 

 

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(Créditos: Samuel Paz)

 

 Explorando saberes ancestrais no metaverso: as culturas Pataxó, Yawanawá e Tukano em realidade virtual

 

O projeto Lab Metaverse UCB desenvolve três ambientes virtuais imersivos, cada um dedicado a uma cultura indígena diferente — Pataxó, Yawanawá e Tukano — para proporcionar uma experiência única de conexão com seus saberes ancestrais e tradições.

 

No metaverso, os visitantes podem experienciar a oralidade, mitos, grafismos e cantos sagrados dessas nações, navegando por cenários digitais inspirados nos habitats e símbolos tradicionais de cada etnia.

 

No ambiente dedicado ao povo Pataxó, a conexão profunda com a natureza e o mar ancestral é retratada por meio de histórias e personagens virtuais que trazem à vida a cosmologia desse grupo. Já o metaverso Yawanawá celebra a harmoniosa relação entre os seres humanos e os espíritos da floresta, oferecendo uma experiência imersiva com cantos e grafismos que expressam a sabedoria milenar da comunidade. Por fim, o espaço Tukano une sonhos e realidades, permitindo a exploração das narrativas mitológicas e dos rios virtuais que refletem o território tradicional dessa etnia.

 

Um projeto transdisciplinar e seus impactos

 

O Lab Metaverse UCB é um projeto transdisciplinar que envolve áreas como bem-estar cibernético, consciência corporal, comunicação, educação e saúde, integrando saberes e práticas para ampliar as potencialidades do uso do metaverso na formação acadêmica e cultural.

 

 

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(Créditos: Samuel Paz)

 

Inovação pedagógica

A iniciativa promove a integração dos meios tecnológicos na realidade universitária, estimulando uma educação pela experiência. Estudantes e professores de graduação e pós-graduação da UCB participam de oficinas imersivas, experimentando a realidade virtual e os ambientes virtuais desenvolvidos, numa vivência que une mitologia e tecnologia.

 

Impacto cultural

O projeto direciona suas experiências imersivas para o diálogo entre saberes tradicionais e tecnológicos, partindo do conceito do futuro ancestral — o encontro entre antigas formas de narrar o mundo e as novas tecnologias digitais.

 

Impacto científico

Cada oficina fornece dados para observações e análises que ajudam a compreender as implicações da imersão tecnológica na educação superior, preparando cientistas para as transformações sociais e culturais que o metaverso pode trazer.

 

Inovação tecnológica

Com o uso de tecnologias da Web.3 e inteligência artificial, o projeto explora novas formas de interatividade, ampliando as possibilidades criativas dos estudantes e profissionais da sociedade hiperconectada.

 

 

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(Créditos: Samuel Paz)

 

Compromisso com a ciência e a diversidade

 

Para o presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, o projeto simboliza o papel transformador da ciência quando aliada à inclusão e à valorização cultural:

 

“Apoiar iniciativas como o Lab Metaverse UCB reafirma nosso compromisso com uma ciência plural, que respeita os saberes ancestrais e aposta na inovação como instrumento de transformação social. Projetos como esse constroem pontes entre o futuro e a ancestralidade, entre a tecnologia e o pertencimento.”

 

O projeto foi selecionado por meio do edital FAPDF Learning Tech (2023), com investimento  de R$ 1 milhão de reais. A iniciativa está alinhada às diretrizes da Fundação para fomentar pesquisas interdisciplinares, inclusivas e voltadas à valorização dos territórios e das populações do Distrito Federal e do Brasil.

 

Reportagem: Gabriela Pereira
Edição: Douglas Silveira