Iniciativa apoiada pela FAPDF desenvolve e testa aplicativos inovadores para letramento e comunicação alternativa em escolas públicas do DF
O projeto Lietro busca tornar as escolas mais inclusivas e acessíveis, permitindo que todos os alunos se vejam representados em ambientes pedagógicos. (Créditos: Leopoldo Silva)
A inclusão e acessibilidade é um desafio que está no centro de uma iniciativa pioneira da Universidade de Brasília (UnB), com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). O projeto Lietro está transformando a educação para crianças e adolescentes com dificuldades de comunicação e aprendizado. A iniciativa busca tornar as escolas mais inclusivas e acessíveis, permitindo que todos os alunos se vejam representados em ambientes pedagógicos. Com uso de tecnologia assistiva, a plataforma oferece cinco aplicativos que estão sendo testados em escolas públicas do DF, como o Centro de Ensino Especial 1 de Brasília e a Escola Classe da 416 Sul.
Entre as ferramentas desenvolvidas, destaca-se o Caderno Inteligente Lietro, que é um caderno digital com função de leitura. Também há o Aplicativo Eu Quero, que facilita a comunicação alternativa; além de jogos e dicionários ilustrados que ajudam os alunos a expandirem seu vocabulário. Todos os aplicativos são projetados para funcionar em tablets, tornando a interação mais fácil e acessível.
Um dos pilares do projeto é o envolvimento da comunidade escolar. O coordenador do projeto, neurofisiologista, bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB), Renato Malcher, acompanhado de sua equipe multidisciplinar com pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos, criaram um curso de extensão para formar professores. Esse curso gratuito, com 180 horas de duração e certificado emitido pela UnB, teve suas vagas preenchidas rapidamente, mostrando o interesse dos educadores em aprender novas abordagens de ensino.
Aulas sendo ministradas com uso da plataforma no Centro de Ensino Especial 1 de Brasília e na Escola Classe da 416 sul. (Créditos: Leopoldo Silva)
O curso é ministrado por Malcher e outros quatro professores: Jehan Tourinho (pedagogo), Mara Rúbia Martins (pedagoga), Ana Paula Gulias (psicopedagoga) e Renan Mello (fonoaudiólogo). Também integram a equipe de desenvolvimento Clarissa Nogueira (psicóloga), Daniel Siqueira (programador), Naiane Silva (pedagoga) e Vitória Lacerda (bióloga).
Impactos Visíveis
Os resultados do projeto já são notáveis. Malcher destaca que a iniciativa se tornou uma “engenharia social” e que muitos professores estão ansiosos para aprender e as famílias se emocionam ao ver seus filhos se comunicando pela primeira vez. Esse impacto vai além da sala de aula, mudando a vida de muitos.
O curso de capacitação para os profissionais da educação sobre a plataforma foi ministrado para 60 alunos e teve vagas esgotadas, majoritariamente preenchidas por professores da rede pública do DF. O curso é gratuito e certificado pela UnB. (Créditos: Leopoldo Silva)
Apoio da FAPDF
A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal já fomentou dois projetos do grupo e acredita que a pesquisa deve atender às necessidades reais da sociedade. O projeto foi aprovado no edital FAPDF Leaning Tech de 2022. O presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, afirma que apoiar iniciativas como o Lietro é investir em inovação e justiça social, garantindo que o conhecimento chegue a todos.
Olhando para o Futuro
O objetivo do grupo é tornar o Lietro uma política pública, disponibilizando os aplicativos gratuitamente e ampliando o acesso a mais escolas e alunos. Malcher finaliza ressaltando que a iniciativa não só melhora os planos de educação, mas também promove avanços sociais e tecnológicos. O projeto oferece um modelo de cocriação e coparticipação, com profissionais da educação melhorando os aplicativos e as formas de utilizá-los em sala de aula – um ganho não somente para Brasília mas para o Brasil”, finaliza o coordenador da iniciativa.
Reportagem: Mariah Brandt
Edição: Douglas Silveira
Imagens: Leopoldo Silva
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