Governo do Distrito Federal
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13/02/25 às 17h33 - Atualizado em 13/02/25 às 17h43

Laboratório Periférico estimula inovação social e transformação territorial no DF

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Com apoio da FAPDF o projeto fortalece a luta pelo direito à terra, habitação e infraestrutura urbana

 

 

O grupo promove a interação entre estudantes, pesquisadores e comunidades. (Créditos: Arquivo Laboratório Periférico)

 

“Céu de Brasília, traço do arquiteto”, na música ‘Linha do Equador’, o cantor alagoano Djavan eternizou um dos aspectos mais elogiados da capital brasileira. Desde 1992 a música é cantada para exaltar a capital do Distrito Federal, a terceira maior cidade do país, segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

De acordo com a pesquisa, as três maiores favelas em extensão territorial do Brasil estão localizadas no Distrito Federal. Das quase 3 milhões de pessoas vivendo na capital do país, 6,3% estão em favelas. Na busca por melhorias para essa população, surge o Laboratório Periférico.

 

Para que cidadãos tenham o direito à moradia, o projeto vem ganhando destaque na articulação entre conhecimento acadêmico e saberes populares para promover o desenvolvimento sustentável em territórios vulneráveis.

 

O projeto de pesquisa e extensão ganhou ainda mais força com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), com iniciativa vinculada à Universidade de Brasília (UnB).

Por meio de metodologias inovadoras e ações participativas, o grupo atua na assessoria sociotécnica em comunidades que enfrentam desafios como a luta pelo direito à terra, habitação e infraestrutura urbana. O trabalho impulsiona a implementação de Soluções Baseadas na Natureza (SbN) para mitigar riscos ambientais e fortalecer a resiliência climática em periferias urbanas.

 

 

Oficina do projeto de extensão e TCC Urbanismo Kalunga desenvolvido pela pesquisadora Angélica Azevedo, integrante do Laboratório Periférico. (Créditos: Arquivo Laboratório Periférico)

 

Pesquisa, extensão e impacto social

 

Inspirado nas diretrizes da Política Nacional de Extensão e na proposta dos Decanatos da UnB, o Laboratório Periférico desenvolve um modelo de integração entre ensino, pesquisa e extensão. Com a aplicação de metodologias ativas e transdisciplinares, o grupo promove a interação entre estudantes, pesquisadores e comunidades.

A atuação se dá em diversas frentes, abrangendo urbanismo participativo, habitação social, economia solidária e desenvolvimento sustentável. “O Laboratório Periférico é um exemplo do papel transformador dos programas universitários de extensão. A parceria com a FAPDF reforça o compromisso com a produção de conhecimento aplicado, que gera impacto real na vida das pessoas”, destaca Marco Antônio Costa Júnior, presidente da FAPDF.

 

Aproximação entre universidade e comunidade

 

A proposta do Periférico baseia-se na assessoria sociotécnica para a construção coletiva de soluções territoriais. A ideia é aproximar o conhecimento acadêmico da realidade das comunidades, valorizando os saberes locais. Um dos principais conceitos trabalhados é o do “sujeito sociotécnico”, que reconhece a participação ativa dos moradores na formulação de projetos urbanos e ambientais.

Entre as iniciativas desenvolvidas, estão projetos que abordam o planejamento territorial comunitário, a requalificação urbana e a implantação de soluções sustentáveis. O grupo já atuou em comunidades quilombolas, assentamentos rurais, periferias urbanas e territórios indígenas, sempre buscando formas de integrar tecnologia social e saberes tradicionais.

 

Elaboração do Plano Comunitário de Redução de Riscos no Sol Nascente com a aplicação de Soluções Baseadas na Natureza. (Créditos: Arquivo Laboratório Periférico)

 

Inovação e reconhecimento

 

A metodologia do Periférico foi certificada como Tecnologia Social pela Fundação Banco do Brasil, um reconhecimento do impacto positivo gerado pelas ações do grupo. Além disso, a experiência acumulada ao longo dos anos resultou na criação da Residência Multiprofissional em Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS), que integra pós-graduação e extensão para capacitar profissionais e agentes comunitários na promoção de soluções para os desafios territoriais.

 

“Nosso objetivo é que essas ações sirvam de modelo para outras regiões, contribuindo para a formulação de políticas públicas mais inclusivas e sustentáveis”, completa o presidente da FAPDF.

 

Expectativas futuras

 

Aprovado no Edital de Seleção Pública de Projetos de Extensão, lançado em 2024 pela FAPDF, a iniciativa tem como título: “Ação nas Periferias: Apoio à Implementação de Soluções Baseadas na Natureza para a Adaptação Inclusiva das Periferias Urbanas às Mudanças Climáticas”. Por meio do aporte financeiro, o grupo pode potencializar a atuação na comunidade Sol Nascente e em outros territórios. A expectativa é que as pequenas intervenções desenvolvidas possam ser replicadas e escaladas, servindo de referência para minimização de riscos ambientais e melhoria da qualidade de vida nas periferias do DF e de outras regiões do Brasil.

 

Reportagem: Mariah Brandt
Edição: Douglas Silveira

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