Com apoio da FAPDF, pesquisadores do HUB desenvolvem técnica que permite identificar variantes
Foto: Secom/UnB
Uma nova tecnologia, desenvolvida no Laboratório de Diagnóstico Molecular do Hospital Universitário de Brasília (HUB-UnB), permite identificar a variante presente na amostra de Covid-19. A técnica , que está sendo testada desde maio de 2021, é a mesma usada para a detecção do coronavírus, chamada de RT-PCR ou PCR em tempo real. Ela foi desenvolvida por pesquisadores da Faculdade de Ceilândia (FCE-UnB) e do HUB, hospital vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
A genotipagem por RT-PCR é 90% mais barata e mais rápida que o método mais comum para a detecção de variante, baseado no sequenciamento genético, e pode ser feita em qualquer laboratório que possua uma máquina de RT-PCR. Essas características permitem a análise de uma quantidade maior de amostras, o que é essencial para o acompanhamento da predominância das variantes e para fins epidemiológicos.
“Facilitar a identificação das variantes de Covid-19 pode trazer grande impacto no entendimento do comportamento da doença e no planejamento de ações para sua prevenção. A Ebserh tem participado de forma ativa em pesquisas relacionadas à Covid desde o início da pandemia”, explica o diretor de Ensino, Pesquisa e Atenção à Saúde da Ebserh, Giuseppe Cesare Gatto.
Pesquisa
Das 811 amostras que passaram pela genotipagem, 264 são de profissionais e pacientes do HUB e 547 de moradores da Estrutural, cidade satélite do Distrito Federal. O projeto de pesquisa chamado Zica, Arbovírus and other Infections Cohort Studies (ZARICS) está acompanhando os casos de Covid-19 na Estrutural desde março de 2020. O projeto é coordenado pela Faculdade de Ceilândia (FCE-UnB), em parceria com o HUB e a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), e conta com o financiamento dos ministérios da Educação e da Saúde e da Fundação de Apoio à Pesquisa E Inovação do Distrito Federal (FAP-DF).
Os moradores com sintomas de Covid-19 são testados pelos pesquisadores e os casos positivos passam pela genotipagem no laboratório do HUB. Os resultados mostram as variantes predominantes na cidade desde março de 2021. No mês de julho, 79% dos casos eram da variante Gama (P1). A variante Delta começou a aparecer em agosto e ao final do mês já provocava 56% dos casos. Em setembro, a Delta foi responsável por 88% das infecções, enquanto a Gama (P1) foi identificada em apenas 2% das amostras.
“Essa parceria reforça o apoio do HUB e da UnB no entendimento da dinâmica de transmissão da Covid-19. A variante Delta está se expandindo cada vez mais e esses dados representam um sinal de alerta para o surgimento de possíveis novos casos graves da doença”, afirma o professor da Faculdade de Ceilândia (FCE) e coordenador da pesquisa, Wildo Araújo. “Esses resultados corroboram o papel fundamental da ciência na investigação e compreensão dos problemas em saúde que afligem a sociedade e na busca e construção de soluções baseadas em evidências sólidas”, acrescenta a gerente de Ensino e Pesquisa do HUB, Dayde Mendonça.
Os dados estão sendo encaminhados para a SES-DF para contribuir no acompanhamento da disseminação das variantes e no controle epidemiológico da doença. De acordo com o diretor de Vigilância Epidemiológica em Saúde da SES-DF, Fabiano Martins, a Estrutural é local estratégico e reflete o cenário que vivemos hoje no Distrito Federal. O estudo determina o comportamento do vírus na população e permite pensar em novas estratégias de vigilância, visando a otimização dos recursos públicos.
A FAPDF destinou mais de R$ 30 milhões para o fomento de projetos e ações de pesquisa, inovação e extensão destinadas ao combate do Covid-19. São 18 projetos de pesquisa já apoiados e em diferentes fases de desenvolvimento e resultados. Todos os projetos apoiados pela Fundação e voltados ao combate da pandemia de Covid-19 podem ser acompanhados no site da Instituição.
*Com informações o HUB-UnB/Ebserh
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